22.1.15

// KAYA KWANGA, por Simone Almeida //







O post de hoje tem um gostinho muito especial.
O post de hoje é sobre a Simone.
A Simone é fotografa, é directora de fotografia, é artista e é minha amiga. Mas não é sobre a nossa amizade que vos quero falar, embora isso seja inevitável.  Hoje quero partilhar convosco o mais recente projecto dela, publicado no P3.  Mas antes de mais, uma pequena contextualização:

A S nasceu na África do Sul, mais específicamente em Johannesburgo, e viveu em Maputo até vir estudar para o Porto, que foi onde nos conhecemos. Tirámos o curso juntas e ela sempre foi a minha "companheira" de faculdade. Com isto não quero dizer que estávamos na mesma 'mesa/carteira' nas aulas, com isto quero dizer que todos os momentos importantes (e até os menos importantes) que vivi durante a altura da faculdade, ela também os viveu, e não só os vivemos as duas, como vivemo-los juntas, sempre. Escusado será dizer que partilhamos muitas memórias, muitas gargalhadas e lágrimas. Mas eu disse que este post não era sobre a nossa amizade, por isso vou-me focar.


Então, apanhando novamente o fio à meada, ela veio para Portugal [para o Porto] onde vive até hoje. Ela já é "de cá" mas isso não quer dizer que tenha deixado de ser "de lá" porque o nosso coração, embora pequenino, é grande o suficiente para poder pertencer a vários sítios, a várias linguas, a várias pessoas e povos. 

Este projecto fotográfico que vou partilhar convosco de seguida chama-se "Kaya Kwanga", que significa "a minha casa" em Changana, o dialeto mais falado em Moçambique. A S vive cá, com a irmã, e apesar de Maputo ser a sua terra Natal ela passa temporadas sem conseguir lá ir e por isso usa o que tem de melhor [que é a sua arte] para captar e guardar pertinho dela, e de forma física, todas as sensações de "estar em casa", na 'casa' da infância, na 'casa' das memórias, na 'casa' da família e dos amigos de sempre, na 'casa' de tantas e tantas histórias de 18 anos de vida.


"Fico tanto tempo sem ir a casa que me vou esquecendo aos poucos da "sensação" de estar em casa; e com medo de a perder, fotografo. Há dias em que me sinto perdida no espaço e no tempo, mas depois volto a casa, a estes locais [em Maputo], a estas pessoas, a estas fotografias e já não me sinto tão perdida. É uma procura pessoal de um sentido de lugar." S.A.


Convido-vos agora a passearem pelos bairros e ruas de Maputo, a olharem para estas pessoas, para estes lugares, a perderem-se por estes pedaços de imagem que captam de uma forma tão bonita a essência do país e da 'casa' da S. A ti, minha amiga, um grande xi-coração cheio de orgulho, e que 2015 seja um ano repleto de sucesso!





















[ todas as fotografias são da autoria da Simone ]


O que acharam deste projecto? Gostaram? Contem-me tudo.
lots of love,
MLM



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